XLI Sessões

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XLI CONGRESSO INTERNACIONAL DE AMERICANÍSTICA

Perugia (Itália), 3-8 de maio de 2018

1) DISCURSO SOBRE O MÉTODO
ROMOLO SANTONI (CENTRO STUDI AMERICANISTICI “CIRCOLO AMERINDIANO”) ROMOLOLMECA@HOTMAIL.COM

Naturalmente o título quer homenagear o grande René Descartes evidenciando a grande dívida intelectual que a ciência ocidental tem com ele.Os estudos americanísticos sempre se distinguiram, não somente pelo carácter de possibilidade da interdiciplinaridade de sua matéria, mas também pela necessidade de uma visão multi e interdisciplinar. Este aspecto consegue, por um lado, que as investigações que se realizam em tal âmbito se abram a um enriquecimento multiplo e, por outro, põe muitos problemas no tratamento dos dados.Em contextos onde a interdisciplinaridade se converte em algo essencial e a precisão do método se esclarece em diferentes perspectivas; os vínculos não são somente portadores de encontros rentáveis, intercâmbios e debates, mas, também de perigosos equilibrismos teóricos (as vezes com sérias repercussões sobre o plano prático).Por exemplo, um intenso debate divide linhas de investigações, que também no método aplicado encontram o limite entre estas e os respectivos âmbitos de ação.O estudo do método, aspecto peculiar da filosofia ocidental desde Cartesio adiante, se revela na atividade americanística muito mais que imprescindível. Para a qual resulta necessário propor um momento de reflexão antes da pesquisa, que evidencie as perspectivas e limites metodológicos.

 

2) AMAZÔNIA INDÍGENA
PARIDE BOLLETTIN (Programa de Pós-graduação em Antropologia, Universidade Federal da Bahia, Department of Anthropology, Durham UniversityPARIDE_BOLLETTIN@MSN.COM
EDMUNDO ANTONIO PEGGION (UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”, BRASIL) EDMUNDOPEGGION@GMAIL.COM

A Amazônia tem dentro dos próprios limites uma multiplicidade de sociedades, as quais apresentan uma variedade de explicações cosmológicas, de organizações sociais, de gestão da vida material que permitem a esta região encontrar-se numa posição privilegiada por todos os que estão interessados em confrontar-se com a complexidade das construções sociais, simbólicas, ou de outra forma aplicadas pelas diferentes comunidades humanas na própria cotidianidade. As centenas de grupos originários se deparam também com a necessidade de enfrentar o encontro com as sociedade dos diferentes estados nacionais onde estão situados seus respectivos territórios, emergem assim situações de encontro cultural e estratégias de resposta muito diferenciadas: ao lado de populações que resistem há cinco séculos o impacto do mundo da alteridade não-indígena; aparecem outras que enfrentam a poucos anos esse choque; desde as chamadas “comunidades resurgidas”, que redescobrem e revindicam a própria identidade cultural, até aquelas que se definem pelo “isolamento voluntário”, recusando-se ao contato com os não indígenas. Frente a tal complexidade de situações, esta sessão temática pretende apresentar pesquisas desenvolvidas a partir de trabalhos de campo, na tentativa de manifestar a situação atual de tais grupos.

 

3) DIREITOS INDÍGENAS: UMA DISCUSSÃO TRANSNACIONAL
MARIA LUISA DE FILIPPO, LADY SAAVEDRA, ELSA LÓPEZ (CENTRO STUDI AMERICANISTICI “CIRCOLO AMERINDIANO” ONLUS) CONVEGNO@AMERINDIANO.ORG

O objetivo desta sessão é apresentar um debate interdisciplinar sobre o tema dos direitos indígenas.Aprovada em 2007, a Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas tem como principal meta o respeito à autodeterminação. O empenho e o desafio diante de tal proclamação consiste na sua aplicação em conjunto com outras medidas, que tenham o mesmo propósito, nos contextos nacionais da América Latina.Como os estados nacionais negociam com essas medidas aprovadas e assinadas pela maioria dos países da América Latina? De que modo as associações indígenas reivindicam seus direitos e o respeito às diversidades culturais perante as constituições nacionais? Quais são os principais conflitos?Questões como autedeterminação, diversidade e identidade cultural são os principais temas que propomos nesta sessão.

 

4) SIGNOS SÍMBOLOS E DINÂMICAS DE CONSTRUÇÃO DO TERRITÓRIO INDÍGENA
PIERO GORZA (CENTRO STUDI AMERICANISTICI “CIRCOLO AMERINDIANO” – INSTITUTO DE ESTUDIOS INDÍGENAS, SAN CRISTÓBAL DE LAS CASAS, CHIAPAS, MÉXICO) piero.gorza1@gmail.com Marie Annereau-fulbert (Centro de Estudios Mayas, UNAM, CDMX, México) mafulbert@gmail.com

O tema crucial dessa sessão faz referência ao território como lugar no qual se sedimenta a memória e no qual os homens praticam incisões como exercícios de poder contra o caráter efêmero do tempo humano. A construção de mapas é por definição espaço aberto e interdisciplinar: mapas históricos, mapas políticos, mapas culturais, mapas simbólicos, mapas mentais e lingüísticos. As categorias de: fundar, relacionar-se a partir de um centro, instituir, territorializar, nominar, orientar-se e recordar-se como aquelas do desabitar, transitar, perder-se, crescer e aprender abrem o campo a reflexões sobre processos cognitivos e existenciais dos indivíduos e das coletividades. Se trata de uma sessão-encruzilhada entre centros e fronteiras.

 

5) MIGRAÇÕE RELAÇÕES NOMADISMOS ENTRE EUROPA E AS AMÉRICAS
THEA ROSSI (CENTRO STUDI AMERICANISTICI “CIRCOLO AMERINDIANO” – UNIVERSITÀ DEGLI STUDI “G. D’ANNUNZIO” CHIETI-PESCARA, ITALIA) THEAROSSI@YAHOO.IT

A sessão pretende analisar os movimentos e os fluxos de ideias, de objetos e de capital humano que caracterizaram a história das relações transatlânticas entre a Europa e as Américas.Três as focalizações que queremos privilegiar, através de uma perspectiva com a finalidade de promover o dialogo multidisciplinar.Em primeiro lugar as dinâmicas e os processos reais e simbólicos que caracterizaram o fenômeno migratório em direção ao continente americano no século passado, sobretudo entre os dois conflitos mundiais e, ao mesmo tempo, o respectivo movimento de retorno, referido em particular modo nos últimos trinta anos, e causado por fatores de conjuntura socio-políticos e econômicos.Em segundo lugar, as relações que entrelaçam os dois contextos, criando um patrimônio material e imaterial comum. Além dos bens e manufaturados levaremos em conta, em particular, a criação de um imaginário coletivo. Enfim, a reflexão se estenderá aos nomadismos da época da mundialização: o constante fluxo de recursos humanos, a negociação e o contato entre culturas juntamente às possíveis novas formas de integração orientadas a conjugar o local e o global.

 

6) ETNOMUSICOLOGIA: SOBREVIVÊNCIA PERSISTÊNCIA E NOVAS CONTRIBUIÇÕES DA MÚSICA E DAS DANÇAS TRADICIONAIS NA AMÉRICA
MARÍA LINA PICCONI (CENTRO STUDI AMERICANISTICI “CIRCOLO AMERINDIANO”) LINA_455@YAHOO.COM

É responsabilidade da etnomusicologia contestar uma série de perguntas que a humanidade pôs-se ao longo do tempo: quem criou a música? Como se cria? Para quem? Para quê? Com que finalidade?Considerando importante a falta de informações sobre o mundo das músicas tradicionais, cujas características vão desde a diversidade à sutileza das expressões musicais, proponho a abertura desta sessão.Existem, ainda, na América expressões musicais ou dancísticas, cujas raízes teriam se estendido até a época pré-colombiana e teriam se originado de uma antiga arte, cujo sentido teria sido esquecido.O advento da globalização tem contribuido para o surgimento de muitas dessas expressões musicais, principalmente urbanas, que tendem, como em outras partes do mundo, a uniformizar as particularidades locais.Por esta razão, é imprescindível nos dias atuais registrar e investigar estas expressões, para que não se perca a memória com o avanço do mundo globalizado.

 

7) IMAGINÁRIO E MEMÓRIA: ESTUDOS CULTURAIS
ANNA SULAI CAPPONI (UNIVERSITÀ DEGLI STUDI DI PERUGIA) ANAZULAY@VIRGILIO.IT

Esta mesa tem um carater interdisciplinar que possui como principal objetivo apresentar estudos sobre as diversidades culturais que tenham como expressão todas as formas de representação.Sabemos que é por meio das representações sociais e individuais que podemos localizar as formações, transformações e ressemantizações identitárias que têm como característica de ser polissêmica e portanto polifônica. Por essa razão, a interdisciplinariedade não é um intrumento de trabalho mas uma teoria que tem por finalidade estudar os símbolos chaves culturais, de como são percebidos, concebidos e representados.Contemplamos todos os tipos de manifestações culturais pelo fato de que entendemos que as subjetividades culturais estão representadas nas formas literárias, cinematográficas, artísticas e que os estudos das representações culturais não é somente monopólio das disciplinas concebidas para esse fim.

 

8) QUESTÕES DE ANTROPOLOGIA MÉDICA NO CONTINENTE AMERICANO
PAOLA MARIA SESIA (CENTRO DE INVESTIGACIONES Y ESTUDIOS SUPERIORES EN ANTROPOLOGÍA SOCIAL CIESAS UNIDAD PACÍFICO SUR) PAOLASESIA@YAHOO.COM.MX

Construir uma sessão dedicada à antropologica médica no âmbito latino-americano significa dar voz as múltiplas concepções e práticas em torno aos conceitos de saúde e doença presentes em tais contextos através de uma perspectiva histórica que tenha conta do presente como do passado. As relações hegemônicas que existem entre a biomedicina e as múltiplas respostas de saúde “locais e tradicionais” constituem um exemplo dos mais importantes âmbitos de interesse dessa disciplina.Levando em conta as experiências e as elaborações teóricas das diversas tradições dessa prespectiva, se assume o objetivo de constituir um útil espaço de diálogo e de confronto para a comunidade americanista atualmente empenhada em tal âmbito de estudo.Além disso, vista a experiência realizada por essa sessão nas edições anteriores do Congresso Internacional de Americanística, se quer favorir um espaço de debate como terreno de construção de reflexões comuns que possam depois ter uma recaída operativa sobre o tecido social dos contextos examinados.

 

9) POLÍTICAS PÚBLICAS INSTITUIÇÕES E DEMOCRACIA NA AMÉRICA LATINA
BEATRIZ CALVO PONTÓN (CENTRO DE INVESTIGACIONES Y ESTUDIOS SUPERIORES EN ANTROPOLOGÍA SOCIAL, MÉXICO) BEATRIZCALVO_MX@YAHOO.COM

O modelo neoliberal, nos países latinoamericanos, têm levado consigo o retiro do Estado de responsabilidades sociais e de funções prioritárias, assim como a instrumentação de reformas extruturais as quais tentam fazer de modo tal que as sociedades se organizem com os critérios do livre mercado.Observamos algumas consequências: redução, privatização e aumento dos serviços públicos relativos à educação e à saúde, aumento da desigualdade e da pobreza e fortalecimento do monopólio nos setores chaves da economia e dos meios de comunicação, os quais interferem sempre mais nos processos políticos e no desenho das políticas públicas.A redefinição das políticas sociais orientou-se no campo social por meio de critérios de focalização nos grupos de extrema pobreza, porém, ao mesmo tempo, reduziram-se os recursos que permitem de progredir em direção à universalização dos direitos sociais.Por outro lado abriram-se espaços nos quais nasceram instituições autônomas ligadas a temas como direitos humanos, transparência e controladoria social. Na sociedade civil cresceu o número de organizações que lutam pela democratização das instituições e a melhoria dos serviços sociais. A conjunção desses processos mudou substancialmente a face das sociedades latinoamericanas.

 

10) ELEIÇÕES NA AMÉRICA LATINA
RENÉ VALDIVIEZO SANDOVAL (Universidad Iberoamericana Puebla, México) VALDIVIEZO.RENE@GMAIL.COM

Nossa região vive de maneira regular, desde o fim das ditaduras, processos eleitorais que lhes permitem renovar autoridades e representantes populares geralmente de forma pacífica. De uma ótica liberal (ou neoliberal), esses processos são a expressão de existência da vida democrática nas nações. A partir de visões mais críticas, os processos eleitorais cada vez mais se convertem em rituais para a manutenção no poder de correntes políticas que não representam a população e utilizam esses processos para legitimar sua permanência no poder, o que conseguem, por vezes, através de mecanismos extra-legais. Esta exposição busca gerar uma discussão sobre as eleições na América Latina, em seus três (ou quatro) níveis, sobre a ação político-eleitoral (competência, resultados, conflitos, campanhas e sua relação com outros aspectos da vida social), sobre os atores político-eleitorais (partidos, grupos sociais e autoridades), e sobre a formação dos poderes nacionais/regionais/locais, sobre a base dos processos eleitorais. Embora se prefira estudos atuais, serão aceitos trabalhos históricos.

 

11) CIVILIZAÇÃO E BARBÁRIE, DE SARMIENTO AOS NOSSOS DIAS
ROSA MARIA GRILLO (UNIVERSITÀ DEGLI STUDI DI SALERNO – CENTRO STUDI AMERICANISTICI “CIRCOLO AMERINDIANO” DI SALERNO) GRILLOVOV@GMAIL.COM

Nos quase dois séculos da publicação do romance-ensaio de Domingo Faustino Sarmiento Facundo Quiroga, o Civilización y Barbarie (1845), inspirado em um indiscutível padrão europeu de civilização/cidade e barbárie/espaço extra-urbano, alternaram-se, explicita e implicitamente, deslizamentos e subversões das referências originárias.

A partir de então, de fato, numerosos textos críticos e criativos inspiraram-se nessa dicotomia com suas infinitas nuances e explanações: esta sessão representa então um convite para uma releitura da história e da cultura hispano-americanas, decompondo e recompondo, em textos literários aparentemente distantes da ensaística histórico-sociológica por registro e tipologia, a dicotomia sarmientana, para além do uso – marcadamente maniqueísta – de um sistema interpretativo binário típico de certa Modernidade europeia agora rejeitado pela emergência e visibilização de grupos, ideologias, cosmogonias, subalternas e alternativas.

 

12) ARQUEOLOGIA DAS AMÉRICAS: ENTRE A CULTURA MATERIAL E AS REPRESENTAÇÕES SIMBOLICAS
MARÍA TERESA MUÑOZ ESPINOSA (DIRECCIÓN DE ESTUDIOS ARQUEOLÓGICOS, INAH) MUNOZ7576@YAHOO.COM
JOSÉ CARLOS CASTAÑEDA REYES (UNIVERSIDAD AUTÓNOMA METROPOLITANA-IZTAPALAPA, MÉXICO) MRWTI@XANUM.UAM.MX

As antigas culturas e civilizações americanas, desde a sua chegada ao Continente até o momento do contato com outros europeus, tomaram ou produziram em seus meios a base material que lhes permitiu criar as grandes manifestações de pensamento, da arte ou da simples vida quotidiana dos povos que habitaram no continente, e que se impressionaram com a rica história da antiga América, desde o Estreito de Bering até a Terra do Fogo.Este encontro apresenta-se como um ponto de encontro entre diferentes experiências de pesquisa arqueológica no continente americano, em especial na área da Mesoamérica e na área Central Andina e na Amazônia. Em toda a América, os símbolos associados à icnografia religiosa e artística são aspectos que a Arqueologia recupera, compara e explica, para compreender e fazer compreender a nossa história antiga.O diálogo acadêmico que se manifesta tem como objetivo ser um ponto de encontro onde se discutem os progressos dos projetos de pesquisa arqueológica em curso nos diferentes cenários americanos, ou os novos estudos e interpretações que se baseiam nas artes plásticas ou testemunhas escritas, entre outros. Propõe-se criar um ponto de encontro frequente onde se apresentem e se analisem diferentes aspectos – teóricos, metodológicos, factuais – da arqueologia do nosso continente.

 

13) A ARQUITETURA RELIGIOSA CONTEMPORÂNEA COMO EXPRESSÃO SOCIAL
MARÍA CRISTINA VALERDI NOCHEBUENA (BENEMÉRITA UNIVERSIDAD AUTÓNOMA DE PUEBLA, MÉXICO) CRVALERD@GMAIL.COM

A religião, como realidade social, manifestou-se historicamente em edifícios concretos, em que um grupo de pessoas se reúne periodicamente para celebrar a sua fé e para pregar a sua doutrina (igrejas), ou em espaços criados como materialização simbólica e identitária de uma determinada cosmogonia (templos). Esta diferenciação conceptual não exclui que existam casos que unam ambos os extremos; historicamente a arquitetura religiosa sofreu importantes alterações, tanto no seu significado cultural como na maneira de construir.

Os templos e igrejas como edifícios continuam a se construir com ampla aceitação social, tanto em pequenos povoamentos isolados como em grandes metrópoles cosmopolitas. Além disso, em muitos dos casos, costumam ser reconhecidos como marcos urbanos, territoriais ou paisagísticos, devido ao papel nuclear que, em sua relação com o uso do espaço e do tempo, mantêm ao interno da trama social.

Apoiando-nos nestas considerações, propomos uma sessão onde se mostrem espaços para a celebração, o encontro religioso ou a materialização simbólica de uma fé, em que se propugnem novas linguagens plásticas, artísticas ou folclóricas e que apesar do contexto dessacralizado e secularizado que apresentam as sociedades ocidentais, buscam a representação plástica de uma religião e são resultado de una expressão social, entrando dentro do objeto de estudo diversas disciplinas, como a arquitetura, a história, a sociologia, a política ou a teologia entre outras.

Este simpósio convida todos os interessados no estudo da arquitetura como expressão social a difundir aquilo que nesta matéria se inovou nos últimos anos.

 

14) PATRIMÔNIO EDIFICADO: ANTROPOLOGIA E ARQUITETURA NA AMÉRICA
JOEL FRANCIS AUDEFROY (ESCUELA SUPERIOR DE INGENIERÍA Y ARQUITECTURA, IPN, MÉXICO) TAKATITAKITE@GMAIL.COM
BERTHA NELLY CABRERA SÁNCHEZ (ESCUELA SUPERIOR DE INGENIERÍA Y ARQUITECTURA, IPN, MÉXICO) NEMA_67@YAHOO.COM.MX

A partir da “Convención sobre la protección del patrimonio mundial, cultural y natural” adotada em 1972 pela UNESCO, se proclamou a universalidade do sistema de pensamento e de valores ocidentais sobre este tema. Não obstante, este processo de reconhecimento do patrimônio edificado e natural não está livre de contradições. Quando em 1964 se redige a Carta de Veneza o enquadramento teórico e prático em que se inscreve esta Carta é a conciliação de posturas téoricas que se iniciaram no séc. XIX, desenvolvendo-se e consolidando-se no séc. XX. Esta sessão convida a refletir sobre os seguintes eixos:

  • A conservação e restauro do habitat tradicional numa perspectiva antropológica e no contexto atual de globalização.
  • A proteção estratégica dos tecidos patrimoniais urbanos e sua apropriação pelas populações que os habitam.
  • A conservação e restauro arquitetônico do patrimônio face ao consumo da indústria do turismo.
  • O mercado imobiliário vs conservação do patrimônio arquitetônico.

As cidades históricas, o patrimônio arquitetônico e urbano como noções concebidas pelas sociedades ocidentais para encontrar-se com seu passado conseguiram seu intento? Ou será que contribuíram para construir uma identidade, ou são antes uma manifestação do projeto humanista de conservação? Do monumento arqueológico e histórico para uma élite ao projeto modernizador de bairros antigos para o turismo cultural, um largo caminho foi percorrido para benefício dos milhões de visitantes, mas com numerosos conflitos e várias tendências divergentes no continente americano.

 

15) FESTAS EM AMÉRICA LATINA: PRÁTICAS, PATRIMÓNIO CULTURAL, MODELOS DE GESTÃO DO ESPAÇO
DANIELA SALVUCCI (Libera Università di Bolzano, Italia) SALVUCCIDANA@GMAIL.COM
TOBIAS BOOS (Libera Università di Bolzano, Italia) TOBIBOOS@GMAIL.COM

Esta sessão examina o papel das festas latino-americanas, tanto na articulação entre diferentes entidades sócio-culturais (bairros, associações, município, etc.) da cidade e dos seus arredores, como na construção de identidades (étnicas, sincréticas, mestiças, regionais, nacionais, etc.). Será prestada especial atenção às práticas (desfiles, faces, representações, etc.), aos modelos espaciais (lugares com a nova semântica, lugares ocupados, o espaço publico que transforma-se em privado) e temporais da festa. Terá-se em consideração mesmo os processos de capitalização cultural da festa, sublinhando o papel dos meios de comunicação e do turismo. A primeira hipótese para começar a discussão é que herança festiva é um campo de negociação social, cultural e política. Outra hipótese é que as festas permitem a construção de identidades novas e inclusivas, plurais e hibridizadas a partir da fusão de diferentes formas urbanas e rurais de vida. Vai acolher estudos empíricos e considerações teóricas para desenvolver comparações interculturais de sistemas festivos.

 

16) ENCONTROS E DESENCONTROS EPISTEMOLÓGICOS NAS AMÉRICAS
PARIDE BOLLETTIN (Programa de Pós-graduação em Antropologia, Universidade Federal da Bahia, Department of Anthropology, Durham UniversityPARIDE_BOLLETTIN@MSN.COM
EDMUNDO ANTONIO PEGGION (UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”, BRASIL) EDMUNDOPEGGION@GMAIL.COM

No panorama contemporâneo, cada vez mais se acentua a necessidade da construção de diálogos com formas alternativas de atribuir significados às múltiplas experiências do vivido. Os povos culturalmente diferenciados estão, de um lado, enfrentando contextos destrutivos e, de outro, estão criando novas e inventivas parcerias. O impacto ambiental de megaempreendimentos reflete-se em diferentes concepções da fronteira humano-natureza, as políticas de educação escolar seguidas da inclusão em instituições universitárias ou administrativas ativam diferentes visões do que é conhecimento e pessoa, os processos migratórios intra e transnacionais e as politicas de territorialização evidenciam diferentes ideias sobre sociedade e coletivos, para citar alguns exemplos entre outros possíveis. Estes fenômenos geram diálogos que produzem encontros e desencontros entre formas especificas de pensar o humano e o mundo. Tais contextos nos levam a buscar uma compreensão mais aprofundada de como se produzem conjunções e tensões epistemológicas entre atores que aportam o próprio universo em diálogos complexos e polissêmicos. Nessa direção, a sessão quer debater, a partir de casos específicos e de abordagens etnográficas, históricas, etnocientificas, filosóficas e outras, de que forma tais relações acontecem e quais estratégias políticas e intelectuais são acionadas pelos atores nessas situações.

 

17) VIDA INDÍGENA ATRAVÉS DE VÁRIAS FONTES MEXICANAS
LUZ MARÍA MOHAR BETANCOURT (CENTRO DE INVESTIGACIONES Y ESTUDIOS SUPERIORES EN ANTROPOLOGÍA SOCIAL, MÉXICO) QUECHOLLI@GMAIL.COM

Esta sessão tem o objetivo de mostrar as diversas tipologias de fontes primárias, tais como códigos e manuscritos, que ocasionam novas informações sobre a história do México. Requer-se que cada participante da sessão apresente trabalhos de pesquisa novos que aprofundem a vida indígena e as mudanças e elementos de continuidade a partir da conquista. Temáticas como a evangelização, o sentimento de pertencimento à terra e a identidade serão objeto de interesse. Da mesma forma a importância do estudo da iconografia e a sua transformação nas variadas tipologias de suportes serão temáticas centrais da sessão. Nos interessa conhecer as diversas tipologias utilizadas para a análise dos documentos que se preservam nas bibliotecas, arquivos e museus, dentro da multiplicidade de lugares de preservação presentes no México e em outras cidades do mundo.

 

18) CORPO E PALAVRA: A ESCRITA FEMININA DO SÉCULO XX
MARA DONAT (CENTRO STUDI AMERICANISTICI “CIRCOLO AMERINDIANO”) DONATM71@GMAIL.COM

Propõe-se uma pesquisa sobre a relação entre o corpo e a palavra no texto literário no âmbito latino-americano, incluindo as línguas indígenas juntamente à relativa tradução em língua espanhola. Mais do que na representação da corporalidade em forma temática, o estudo é focalizado no elo que o corpo estabelece com a linguagem literária no quadro de uma estética e um gênero determinados.

Dentro de um certo imaginário cultural deverão distinguir-se os processos que constroem a linguagem literária a partir do corpo, por meio de uma abordagem interdisciplinar que compreenda a análise estilística do texto literário em relação a outras disciplinas como a filosofia, a psicanálise, a antropologia, a linguística. O interesse verte no exame do texto seguindo a construção do significado vinculada à construção do significante. Aspectos como a gestualidade da escrita e a materialidade da palavra são complementares à construção semântica da linguagem literária.

Esta proposta baseia-se no modelo teórico da semiótica segundo o estudioso mexicano Gabriel Weisz.

 

19) O EROTISMO ENTRE HISTÓRIA, LITERATURA E ARTE NAS AMÉRICAS
BERENIZE GALICIA ISASMENDI (BENEMÉRITA UNIVERSIDAD AUTÓNOMA DE PUEBLA) VINCENT_BERE@HOTMAIL.COM

A temática desta sessão tem por objetivo enfrentar o erotismo no contexto americano. Os apresentadores se adentrarão nas diferentes noções do erótico para entendê-lo não somente no aspecto físico e sexual (pornográfico segundo o filosofo Byung-Chul Han), mas sobretudo como um dos meios primordiais para nos guiar no plano amoroso e no devir cotidiano da psique humana. Portanto, as apresentações serão focadas no diálogo entre literatura, história, arte e erótico, seja no plano estético, seja na capacidade de refletir sobre a nossa capacidade de amar e sobre a sexualidade (a intimidade e a imaginação do que somos, partindo de George Bataille – El erotismo, 1989 ISBN-13: 978-8472230613). Propomos uma reflexão, partindo do plano filosófico e estético de um tema sempre necessário e atual.

 

20) ESTADOS, MINORIAS, PROCESSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS E VIOLÊNCIAS
ROBERTO KANT DE LIMA ( Universidade Federal Fluminense / INEAC – Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos, BRASIL) RKANTBR@GMAIL.COM, FABIO MOTA ( Universidade Federal Fluminense / INEAC – Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos, BRASIL) REISMOTA@GMAIL.COM 

O interesse da sessão temática é o de selecionar estudos que analisem, no contexto americano, os reflexos dos diversos tipos de conflitos e violências que decorrem das relações entre Estado e grupos sociais minoritários. Considera-se que o papel do Estado é central, quer para produzir, quer para limitar conflitos sociais, que se expressam com frequência nas mais variadas formas de violência. Assim, busca-se reunir uma pluralidade de enfoques analíticos fundados em estudos empíricos, como as problemáticas relativas ao Estado democrático de direito; aos processos de criminalização de sujeitos sociais e seletividade penal, aos processos e formas institucionais e não institucionais de administração de conflitos (judicialização, mediação, conciliação, resolução, supressão); a demandas pelo reconhecimento de direitos por parte dos chamados grupos sociais minoritários; as moralidades, os valores e os sentidos de justiça – sensibilidades jurídicas -, mobilizados pelos atores envolvidos; as etnografias que focalizem o modo como tais processos são vivenciados por estes grupos sociais.

 

21) SESSÃO NÃO TEMÁTICA
CENTRO STUDI AMERICANISTICI “CIRCOLO AMERINDIANO” CONVEGNO@AMERINDIANO.ORG